Eu estava apenas fervendo a água com duas colheres de açúcar para o homem que eu amava, nós éramos amantes e amigos, desde a escola, ele era o homem mais lindo e maravilhoso que eu já havia conhecido, ele me falava coisas bonitas, eu o adorava.
Ele soltava um assobio agudo e suave, ele estava sentado num sofá desconfortável e marrom.
Ele estava cara a cara com seus sentimentos por mim.
Eu me concentrei olhando para a água que borbulhava e disse. “Eu te amo”.
"Quando?". Ele perguntou.
“Qualquer momento”.
"Onde?". Ele perguntou.
“Em qualquer lugar”.
"E aqui? Agora?". Ele me desafiou.
“Sim”.
Ele ergueu as sobrancelhas e olhou para o teto enquanto suspirava.
Água quente começava á evaporar, e coloquei os saquinhos de chá chinês, que tornaram a água escura, o cheiro era suave. Eu estava um pouco desconfortável com ele no sofá. Eu fui até ele e lhe dei uma xícara de chá.
Ele bebia o chá olhando para o teto, e perguntou se eu faria tudo por ele.
“Sim”. Eu disse engolindo a saliva, eu estava ansiosa.
Ele sorriu e disse que eu era sua melhor AMIGA. O tempo passou e estas palavras não saiam dos meus ouvidos. Eu era apenas sua AMIGA. Suas palavras soaram como se ele estivesse mastigando meu ouvido, meu cérebro, meus nervos, minhas veias, isso inundou o meu sangue e meu coração.
“Você é meu melhor amigo também, só um amigo”. Senti meu rosto esquentar, e segurei minha vontade de chorar. Agora eu sabia como o amor dói. E ele também saberia.
Minha voz ecoou mais forte do que deveria.
Ele havia bebido todo o chá, eu senti um prazer anormal quando ele tomou a ultima gota.
Seus olhos começaram á se fechar, seu rosto começou a suar...
Em cima da mesinha de centro havia um carretel de linha e uma agulha grossa, eu á olhei como se ela fosse uma velha amiga, e era.
Ele estava falando o quanto me adorava, ele falava sobre o sabor de meus lábios, enquanto passava a mão suada por minhas coxas, ele dizia o quanto gostava de nossa amizade, e de nossa liberdade, eu não podia imaginar de onde vinha tanta imaginação, eu estava encantada.
Mas ele falava demais, as palavras não paravam de sair, eu olhei em seus olhos e beijei a ponta de seu nariz enquanto sentava em seu colo. Quando eu vi a agulha já estava em minhas mãos, e eu a aproximava daqueles lábios doces, ele era tão bonito.
Eu comecei a costurar sua boca enquanto as suas palavras cheias de amor tentavam sair, ele me perguntou então. “Isso é real? Você me ama”.
“Sim eu amo”.
Eu costurei seus lábios doces e amargos e depois fizemos amor durante a tarde toda. Pelo menos eu fiz, eu me lembro.
Mas eu tenho quase certeza de que aquele chá era...Chá de Cogumelo.
Fonte:Creepy World
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