Mary, segundo as lendas, foi executada à 100 anos por ser uma bruxa, e então vendeu sua alma ao Satanás para se vingar de todos que ousarem tocar em seu nome, arrancando seus olhos. Bom, Élvio e eu não acreditávamos nisso. Pois bem, apagamos todas as luzes do banheiro (era oito da noite). Tudo ficou escuro e nós dissemos: "Bloody Mary." Nada aconteceu. "Bloody Mary". "Bloody Mary".
Foi aí que meus olhos começaram a arder, pareciam estar sendo fritados. Élvio e eu não parávamos de gritar. Pelo jeito, os olhos dele também estavam fritando, pois ele não parava de gritar "Meus olhos! Meus olhos!", assim como eu.
Eles estavam realmente QUEIMANDO. Desesperado, fui correndo ao interruptor e acendi a luz. Quando vi no espelho, meus olhos estavam sangrando e, com sangue, havia escrito no espelho "Die", em inglês "Morra". Élvio e eu lavamos o rosto e passamos papel higiênico no espelho para limparmos a escrita em sangue.
O treinador de futebol achou que estávamos com conjuntivite porque nossos olhos estavam vermelhos e nos mandou para casa. Estávamos indo a pé para casa (nós éramos vizinhos de frente). Eu fiquei na frente da minha casa, esperando Élvio atravessar a rua para entrar na dele. Porém, no meio da rua, passou um caminhão e o atropelou. Comecei a gritar e fui até ele. Os olhos dele haviam sumido. No lugar dos olhos, só havia dois buracos pretos.
Logo ambulâncias chegaram, mas Élvio não resistiu. Dentro de casa, eu estava chorando inconformado, enquanto meus pais me consolavam. Eu não havia contado para ninguém sobre a nossa invocação da Bloody Mary. Entrei no meu quarto e estranhei uma coisa: eu tocava piano e eu tinha um piano no meu quarto. Ele não estava ali. Onde estava o piano? Olhei para cima. O piano estava caindo do teto do meu quarto, e ele estava cheio de espinhos embaixo dele. Aquilo ia me estraçalhar. Gritei e saí correndo do meu quarto a tempo de conseguir fugir do piano.
Bloody Mary nunca ia parar de tentar me matar. Então tive uma ideia: me comuniquei com ela por uma tábua Ouija (mais conhecida como jogo do copo). Eu implorei para que ela parasse de tentar me matar. Até que eu perguntei se ela iria parar, e o copo se mexeu para o sim. Ufa! Que alívio.
Antes de dormir, fui até o banheiro. Quando entrei, a porta se trancou sozinha. Eu não conseguia abrir. Senti uma mão no meu pescoço. E os meus olhos começaram a fritar novamente. "NÃÃÃÃÃO!". Gritei. Meus olhos não paravam de queimar. Desta vez, quando apertei o interruptor, a luz não acendeu.
Escrito por: Thiago do blog Seus Terrores
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